quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

" Uma menina estranha" - Autobiografia de uma autista

Um livro que recomendo, muito bom porque tem o relato de uma autista que conseguiu descrever como é o  seu comportamento de um modo que todos que leêm o livro conseguem compreender como ela realmente se sente perante ao mundo, as pessoas. Ela relata o que sofreu, a discrminação por parte das pessoas e a sua volta por cima. Prova de que o autismo nada mais é do que um distúrbio de personalidade e que as capacidades cognitivas são totalmente preservadas. O que acontece é que o autista leva tudo ao pé da letra, exatamente como se diz, exemplo disso é minha experiência acompanhando um autista, em que na verdade não foi com o menino autista que eu acompanhava mas sim o menina que é minha amiga e minha e colega da faculdade trabalha, ele estava na aula de Educação Física e o professor falou para um aluno o seguinte:     " Corta esse pulso na bola" e o aluno (autista) saiu correndo pelo ginásio apavorado depois parou e disse: " Como podem cortar meus pulsos e minhas articulações??". é muita limitada a linguagem deles, sendo assim muito cuidado com o que for falar perto deles para não ocorrer fatos deste tipo, pois os deixam muito nervosos.

Um pouco mais sobre o livro:

 Autobiografia da Engenheira e Bióloga Temple Grandin, que desde cedo foi diagnosticada como sendo  autista. Em uma conversa com o neurologista Oliver Sacks, ela pronunciou uma frase que dá bem a medida de como o mundo lhe parece estranho: "A maior parte do tempo eu me sinto como um antropólogo em Marte".
Até os três anos e meio Temple só se comunicou por intermédio de gritos, assobios e murmúrios de boca fechada. Sua mãe percebeu que já aos seis meses ela não se aninhava no colo, ficava rígida, rejeitava o corpo que queria abraçá-la. Na escola, batia na cabeça das outras crianças. Em vez de argila ou massinha sintética, usava as próprias fezes para modelar e espalhava suas criações pelo quarto. Às vezes ignorava sons altíssimos, mas reagia com violência aos estalidos de uma folha de celofane. O cheiro de uma flor recém-colhida podia deixá-la descontrolada ou fazê-la refugiar-se em seu mundo interior. Somente quando já tinha quase trinta anos conseguiu dar um aperto de mão e olhar nos olhos de outra pessoa. Construiu uma "máquina de abraço" para pressioná-la sem o desconforto intenso que um outro corpo humano provoca nela.
O grau de autismo de Temple Grandin não é o mais alto, e por isso o mundo que ela criou não se parece com uma fortaleza onde ninguém pode entrar.
Temple se tornou uma profissional extremamente bem-sucedida. Projeta equipamentos e instalações para a pecuária. Todos os corredores e currais que desenha são redondos, porque o gado tem mais facilidade em seguir um caminho curvo - primeiro porque, não vendo o que há no fim do caminho, fica menos assustado; segundo porque o desenho curvo aproveita o comportamento natural do animal, que é descrever círculos. Ela faz uma analogia: com as crianças autistas é preciso agir do mesmo modo, isto é, trabalhando a favor delas, ajudando-as a descobrir e desenvolver seus talentos ocultos.
De certa forma, esta autobiografia nos diz que as pessoas todas podem se tornar menos "estranhas".





Fonte:

http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=10963

0 comentários:

Postar um comentário